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Descaso, desleixo e abandono mostram o quanto os gestores do Estado dão valor ao que Rondônia tem de histórico

Confira as notas do dia, por Cícero Moura.

23/09/2024 07h00 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação
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CONSTATAÇÃO

Durante uma semana estive gravando no Real Forte Príncipe da Beira, em Costa Marques, a 780 km de Porto velho. O Forte, idealizado pelos portugueses,  está para completar 250 anos de criação.

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TEORIA

Patrimônio Nacional desde a década de 1950, o Real Forte Príncipe da Beira está localizado às margens do rio Guaporé, em uma região estratégica para a defesa das fronteiras disputadas por Espanha e Portugal. 

ABANDONO

Abandonado durante décadas e coberto pela floresta, ironicamente o desenvolvimento do Estado de Rondônia acabou salvando  a fortaleza de ficar completamente no esquecimento. 

EXPEDIÇÃO

Suas ruínas foram encontradas pela Comissão Rondon, quando o Marechal Cândido Rondon liderava o grupo para a implantação das linhas telegráficas na região Norte do País.

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PROTEÇÃO DA HISTÓRIA

Em 2004, em uma dessa iniciativas politiqueiras de governo, houve a  criação da Superintendência do Iphan em Rondônia. Órgão federal  apresentado como para salvar a história do Brasil. 

FORTE

A conversa mole de sempre é de que o Iphan  aceleraria  o processo de reconhecimento da riqueza cultural do Estado, onde os bens tombados marcariam dois ciclos distintos de ocupação territorial. 

PONTUAIS

O Forte, além de sua história, também seria testemunha da  passagem da Comissão Rondon no Estado. Em Porto Velho, um dos “bens materiais protegidos”  inclui  o patrimônio ferroviário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

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“BENGALA”

Voltando ao Forte, constatei que ele parece um idoso bem debilitado,  que só consegue se manter em pé com a ajuda de uma bengala. A bengala em questão, são escoras construídas pelo Exército Brasileiro.

O QUE É AQUILO “BENGALA”

ZELO

Se não fossem os “milicos” – lá no forte existe um pelotão ativo do Exército – talvez  nem as ruínas existiriam mais tamanho o desleixo de quem deveria cuidar da cultura em Rondônia.

DISCURSO

A cada eleição vemos um entra e sai de político cara de pau, que usa o Forte como bandeira para captação de votos. Arrotam que o Estado finalmente vai fortalecer o turismo e a história cultural,  tendo a restauração do  Forte como exemplo.. Tudo balela.

REALIDADE

Na visita, descobri que uma média de 800 pessoas por mês  visitam o Forte Príncipe da Beira. Não há, sequer,  uma única publicidade do governo convidando para conhecer o Forte e sua história, os  turistas chegam porque ouviram alguém falar.

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GUIA TURÍSTICO 

As pessoas que chegam, além de passear pelo local, precisam conhecer e entender o que é àquela construção. Como a Prefeitura de Costa Marques também não se importa com o Forte, fica tudo a Deus dará, pois os militares não tem como desempenhar esse papel.

VOLUNTÁRIOS

Por incrível que pareça, pessoas  que não tem obrigação nenhuma de trabalhar de graça, acabam ajudando a amenizar a imagem podre do  Governo do Estado em relação ao cuidado e proteção do Forte.

DOAÇÕES

Dois moradores da comunidade Quilombola, localizada na área do Forte Príncipe, são quem trabalham de graça como guias turísticos no local. Bisnetos, netos e filhos de quem sempre viveu ali, eles contam aos visitantes o que aprenderam nos livros.

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MISTÉRIOS

Aproveitam também  para dar um tempero local ao passeio. Em suas estórias, pontuam que um padre que viveu preso e acorrentado no calabouço do Forte, às vezes costuma caminhar de madrugada pelo interior da estrutura, recitando poemas que teria feito enquanto estava preso.

GRÁTIS

Tudo isso é feito de graça pelos quilombolas, que algumas vezes ganham gorjetas dos turistas. As doações vão de 10 a até 50 reais,  que ajudam os guias a compensar o tempo de quase uma hora que é dispensado para propiciar a visita em  todo o local.

OPINIÃO

Eu teria pelo menos mais umas dez laudas para  escrever se fosse contar todos os detalhes do forte. O local “esconde” ainda um paiol e uma olaria, onde teriam sido produzidos os tijolos e pedras usados no Forte.

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OPINIÃO 2

Há uma riqueza incalculável de fatos históricos que envolvem a criação do Real  Forte Príncipe da Beira. Histórias e fatos  que marcam situações pontuais do Brasil, Portugal e Espanha.

OPINIÃO 3

Mas nessa coluna o que cabe destacar é a completa falta de interesse pelo patrimônio histórico e senso cultural da Secretaria Estadual de Cultura, da Prefeitura de Costa Marques e do Iphan.

OPINIÃO 4

Com tanto comissionado ocioso espalhado pelo município de Costa Marques, pela Secretaria de Cultura e no Governo Federal, hão há uma criatura, sequer, que entenda a importância do que os guias estão fazendo e impeça que eles trabalhem de graça.

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OPINIÃO 5

Não vou nem falar de restauração do Forte porque outra mentira será contada pelos gestores públicos, como ocorreu oito anos  atrás quando fiz um especial no Forte para a Globo News. 

OPINIÃO 6

Na época, setembro de 2016, quando o Exército Brasileiro chegou a fazer outro escoramento nas paredes da fortaleza, a gestora do Iphan foi enfática e  taxativa. “Já está tudo certo, vamos começar a restaurar em 3 meses”. Está gravado e a gravação guardada comigo.

OPINIÃO 6

Após essa visita ao Forte, mandei mensagem no Instagran para a atual gestora do Iphan, Alyne Maiara, buscando inforrmações e querendo saber o que o Governo Federal pensa do Forte Príncipe da Beira.

OPINIÃO 7

Mesmo com meu telefone sendo público, a gestora do Iphan não se deu o trabalho de ligar e explicar o que vem sendo feito. Limitou-se a escrever que já há um projeto de restauração orçado em 55 milhões de reais e que o órgão está atrás de recursos.

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OPINIÃO 8

Daqui a 10 anos voltarei a falar sobre isso e ninguém se assuste se o escoramento já não conseguir mais segurar as paredes do Forte, que mesmo agonizando, ainda consegue se manter em pé.

SABATINA

Hoje á noite prossegue a sabatina dos candidatos a prefeito na REMA TV. O sabatinado de logo mais será o candidato Célio Lopes do PDT. A entrevista começa às 21 horas, canal 5.1 em tv aberta e também pelo Youtube.

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